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quinta-feira, 16 de julho de 2015

13 QUESTÕES PARA RUBENS REWALD


Rubens Rewald é roteirista e dramaturgo (além de diretor e professor). Dirigiu e roteirizou os longas "Corpo" e "Super Nada" com Rossana Foglia. Escreveu o roteiro do longa "Hoje" de Tata Amaral com Jean-Claude Bernardet e Felipe Scholl. E dirigiu com Tales Ab´Saber o documentário "Esperando Telê". Entre as peças que escreveu estão "Narraador", "Do Gabinete de Joana" e "umBigo".

1-Qual seu Filme Série / Livro favorito? (simé uma pergunta injusta e cruelmas serve como indicação para outras     pessoas )
RUBENS: 
Filme: Jules & Jim, François Truffaut
Série: Agente 86, Mel Brooks
Livro: O Tempo e o Vento, Érico Veríssimo

2- Se pudesse citar apenas um livro ou manual de roteiro / dramaturgia,  qual seria?
RUBENS: Não sou fã de nenhum, mas, se for pra escolher um, o Manuel ou o primo pobre dos Manuais, do Leandro Saraiva & Newton Cannito.

3-Escolha apenas umPersonagemTrama ou Tema?(simoutra pergunta injusta e cruelmas é legal para saber qual o foco de cada   roteirista)
RUBENS: 
Personagem: Paulo Martins, Terra em Transe, Glauber Rocha
Trama: A SeparaçãoAsghar Farhadi
Tema: Her, Spike Zonze

4-Agoraum filme nacional com roteiro para ser lidorelido e estudado
RUBENS: São Paulo SA, Luis Sergio Person.

5- Um filme estrangeiro com roteiro para ser lidorelido e estudado
RUBENS: A Primeira Noite de um Homem (The Graduate), roteiro de Buch Henry e Calder Willingham.

6- Ao escrever uma cenao que é mais frequente aparecer para vocêuma     imagemum diálogo ou uma açãoExiste alguma hierarquia na sua opinião?
RUBENS: Não. Às vezes é o dialogo que orienta, às vezes é uma imagem, às vezes é uma ação e muitas vezes é a necessidade do personagem.

7- Qual o maior número de vezes que você reescreveu um roteiroQual era o    maior problema desse roteiro?
RUBENS: O que estou escrevendo agora, SEGUNDO TEMPO. É difícil encontrar o tom certo da relação entre os dois irmãos protagonistas e entre isso e os acontecimentos do filme, mas a gente chega lá!!

8-Quando você enfrenta um bloqueio na escritao que faz?
RUBENS: Paro, dou um tempo, às vezes saio pra caminhar e pensar, às vezes tomo um whisky ou outro aditivo, enfim, ficar sofrendo em frente ao computador não vai adiantar.

9- Você tem um "leitor de confiançapara as coisas que escreveSe tiverquem é e por que o escolheu?
RUBENS: Tenho alguns que sempre mostro. O principal é Jean-Claude Bernardet, que foi meu professor, orientador e hoje é um amigo e parceiro. Seu olhar é sempre preciso e surpreendente. E sua sinceridade européia é sempre bem-vinda. Fala as coisas sem rodeios.

10-Costuma fazer pesquisaNo que consiste a sua pesquisa?
RUBENS: Sim, é importante pesquisar.  As fontes são as mais variadas: livros, jornais, google, entrevistas, depende do que preciso saber ou conhecer mais. Gosto de entrevistar, ouvir depoimentos pessoais.

11- Quanto tempo demora geralmente para escrever um roteiroSe cada caso for um caso um ou dois exemplos.
RUBENS: Realmente, cada caso é um caso. Ainda mais que geralmente escrevo pra mim mesmo, então enquanto o projeto não é filmado, estou sempre reescrevendo. SUPER NADA, fiquei escrevendo por cinco anos. HOJE, também por cinco anos. Claro, com pausas, muitas vezes ficava meses sem mexer no roteiro, daí retrabalhava.

12-Qual o maior defeito e a maior qualidade de um roteirista?
RUBENS: 
Defeito: Falta de comprometimento. Escrever um roteiro é se jogar na história, nos personagens, um exercício de imersão. Não dá pra criar superficialmente, de qualquer jeito.
Qualidade: Saber descrever uma ação, uma imagem, um personagem. Um grande roteiro é quando você o lê e vê o filme em suas páginas.

13- Qual é a melhor "escolapara um roteiristaQual foi a sua "escola"?
RUBENS: A minha escola foi uma escola mesmo. Ter aulas na ECA, com Jean-Claude, Ismail Xavier, Calil, Maria Rita Galvão, Wilson Barros, me fez ver o cinema de maneira mais apaixonada e com um maior comprometimento com a criação. Outra escola importante na minha vida foi o teatro, trabalhei bastante tempo como dramaturgo no teatro paulista, em processos colaborativos. Nesse tipo de criação, o dramaturgo está sempre escrevendo e reescrevendo, experimentando, e nos ensaios você já vê o resultado de sua escrita com os atores. Isso foi fundamental. Creio que hoje, com os coletivos de cinema e com o digital, seja possível fazer isso também no cinema e eu recomendo! 



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