Scott Mayer do blog Go Into the Story tem uma série de posts chamado "There´s No Right Way To Write". Mostra como os escritores/roteiristas podem ter visões e técnicas diferentes. Já está na parte 5 e nessa o que me impressionou mais foi a diferença entre o método caótico de Alvin Sargent e o método planejado de Robert Towne. Confira.
ALVIN SARGENT ("Lua de Papel", "Julia", "Gente como a Gente")
"Eu faço um grande número de associações. Divago, por páginas e páginas, sem saber o que está acontecendo. Então eu acho alguma coisa viva - espero. Eu acho que muita gente é muito organizada; eles têm tudo prontinho, ao invés de ouvir seus personagens. Primeiro vomite tudo, depois organize."
"Rigidez é a mãe da rigidez. É muito estimulante ser ridículo. Gostaria de ser muito mais do que já sou. Pule! Pular é vital, não é um suicídio e nem é previsível. Te traz para a vida. Pegue seu personagem e o coloque onde ele menos quer estar. Se for uma tentativa honesta, vai valer a pena explorar."
"Você deve escrever todo dia. Liberte-se. Faça associações livres. Uma hora por dia. Escrita cega. Um tiro no escuro. Não pense sobre o que se trata. Apenas coloque o papel na sua máquina de escrever, tire a roupa e vá! Sem destino... não preste atenção... é puramente um exercício. Páginas e páginas disso. Faça até que o constrangimento desapareça. Elimine a resistência. Olhe para isso de manhã. Às vezes é maravilhoso. Na maioria das vezes não fará sentido. Mas sempre haverá um pouco de verdade que tem a ver com o que você está escrevendo. Você nem vai saber que você criou. Vai aparecer e é seu. Ouro puro, um produto daquela parte de você que é pura e não sabe como resistir."
"Finalmente, pense no seu roteiro de duas formas. A forma de uma piada ou de um sonho. Sonhos e piadas bem contadas sempre são maravilhosamente construídos, interessantemente formulados. Nós vemos e ouvimos apenas aquilo que é necessário. Não há pedra no caminho. Nunca um momento chato. Sempre imprevisível, sempre surpreendente. O público não pode sentar lá e prever antes que apareça na tela. Esse é o meu guia. A arquitetura do sonho, da piada."
ROBERT TOWNE ("Chinatown", "Shampoo")
"Em geral, se você não deixar tudo planejado no começo, vai pagar por isso... no meio ou no fim. Por isso prefiro pagar no começo. Não é TV e eles não vão correr para o isopor pegar uma cerveja e nem mudar de canal. O público no cinema vai perdoar tudo que você fizer nos dez primeiros minutos. Mas nada no final. Então é hora de preparar... o começo."
"Não acho que haja outros princípios além de perguntar de novo e de novo o que irá acontecer em seguida e ver se você está interessado no que acontece depois. Eu fico chateado se no que penso que vai acontecer depois ou no que penso que deva acontecer depois, há alguma coisa que não pareça verdadeira. Não fica real."
"A maioria das cenas raramente são sobre o cerne da questão. Você vê rapidamente o poder de lidar obliquamente ou elipticamente com as situações por que a maioria das pessoas não confronta as coisas diretamente."
"Você tem que pegar o timing do movimento de uma história, para que seja lúcido, bem visualizado, haja ritmo e orquestração; para que as cenas não fiquem truncadas onde você deve levar mais tempo ou para que não fiquem cansativas e arrastadas."
Aqui está o link para o post em inglês: http://gointothestory.blcklst.com/2014/07/theres-no-right-way-to-write-part-5-2.html
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