John Yorke é o produtor responsável por várias séries da TV Inglesa, como "Eastenders", "Omagh", "Robin Hood" e "Casualty".
Ele escreveu um artigo, de onde Scott Mayers destaca a parte onde ele fala sobre o clímax de um roteiro.
O clímax é o estágio no qual o protagonista se liberta de seu destino inescapável. É o confronto final com o antagonista, a batalha na qual o herói se engaja com sua necessidade dramática e supera seu "defeito essencial". Historicamente é às vezes denominado de "cena obrigatória" (um termo cunhado no século 19 pelo crítico francês Francisque Sarcey).
Quando Thelma e Louise atiram no estuprador e decidem fugir da polícia, há uma sequência essencial que tem que acontecer: elas devem encarar a lei. Uma vez que Elliot adota ET e o salva das hordas anônimas do governo, ele deverá encarar os vilões dos quais está se escondendo.
No decorrer desses filmes, Thelma, Louise e Elliot desenvolvem as habilidades necessárias para lidar com suas falhas: as duas mulheres precisam acreditar em si mesmas e uma na outra; Elliot precisa achar a tenacidade e o desapego. E aqui, no clímax, isso é aplicado. Ambos são filmes construídos de forma clássica, onde as falhas dos protagonistas são encarnadas na caracterização dos antagonistas; em "ET", quando Elliot supera seu obstáculo externo, sua necessidade interior é alcançada, e quando as mulheres renunciam à sociedade, elas se tornam (somos levados a acreditar) emancipadas e completas.
O clímax pode ser subvertido ("Onde os Fracos Não tem Vez" dos irmãos Coen mata seu protagonista no ponto de crise, mas é uma exceção), mas o efeito é semelhante a Bond fugindo de Blofeld. A não ser que seja parte de um plano esquemático mais profundo vai parecer errado - o escritor prometeu algo e não cumpriu.
O incidente incitante provoca a questão "O que vai acontecer?", e o clímax (ou ato obrigatório) declara: "isto". É o ponto mais alto do drama. Protagonista encara antagonista - tudo leva a um confronto que desembocará na resolução.
-Tirado de "What Makes a Great Screenplay?" de John Yorke publicado no The Guardian
O mais importante não é seguir o que foi falado nesse trecho como uma fórmula, mas entender como o ser humano lida com as expectativas criadas por uma história. Ou seja, não ser ingênuo de pensar que você não será julgado pelas suas escolhas.
Para ler o artigo inteiro, vá para http://www.theguardian.com/books/2013/mar/15/john-yorke-best-screenwriting
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